Há 10 anos atrás comecei a minha transição para um regime alimentar de acordo com o recomendado pela Macrobiótica. No início estava muito focada, tinha um problema de saúde para resolver e as recomendações foram bastantes restritivas, mas eu segui-as sem hesitar. Com as melhorias que senti, pude voltar a introduzir alguns alimentos que tinha retirado, mas quis continuar a fazer uma alimentação macrobiótica padrão introduzindo mais variedade. Sabia que se continuasse a comer de forma muito restritiva me iria fartar e afastar-me do equilíbrio que tinha conquistado.

Na altura tinha 3 filhos pequenos, um emprego exigente, a casa para tratar, continuei a fazer exercício físico diariamente, e a isto tudo juntei a formação em Macrobiótica. Posso dizer que tinha “o pacote completo” de solicitações capazes de esgotar qualquer pessoa.

Na verdade, no início tinha alguma dificuldade em manter a alimentação mais diversificada e equilibrada. Estava a amamentar o meu filho mais novo e precisava de comer bem, ao mesmo tempo que não queria voltar atrás, para aquilo que sabia que me conduziria outra vez à doença.

Comprei muitos ingredientes que achava fundamentais, mas a maioria deles não sabia bem como usar e ficavam abandonados na despensa. Comprei muitas coisas caras de que realmente não precisava. Sentia-me perdida entre o que na minha cabeça queria fazer e que na prática não conseguia.

Mesmo com tantas coisas diferentes em casa, às vezes começava a fazer uma receita e faltava-me sempre alguma coisa. Adquiri livros, mas quase nunca fazia as receitas que traziam e sentia-me frustrada.

Como nem todos na minha casa gostavam daquilo que eu comia, comecei a simplificar demasiado as minhas refeições e, a determinada altura, sentia-me a desanimar, porque comia sempre o mesmo, confecionado de forma demasiado simples. Isso fazia com que andasse constantemente a debicar coisas entre refeições.

Chegar a casa ao final do dia, depois do trabalho, depois de ter andado na correria das atividades extra dos filhos, e ainda ter de fazer o jantar, era um pesadelo.

Entretanto decidi que não tinha de ser assim. Comecei a organizar-me, a planear as refeições e a deixar muitas coisas pré-preparadas ao fim-de-semana.

Desde que comecei a planificar deixei de me preocupar com as refeições diariamente. Tiro algum tempo ao fim-de-semana, planeio compras e menus, adianto refeições.

Acredito que se chegou até aqui é porque tem mesmo interesse em melhorar a sua saúde através da alimentação macrobiótica, mas como me acontecia a mim, custa-lhe organizar-se na cozinha para atingir esse objetivo.

Até já viu outros cursos de organização e planificação, mas não é aquilo que pretende, uma vez que a macrobiótica tem algumas especificidades.