As couves de Bruxelas são encantadoras em todos os aspectos:
- são lindas, parecem couves perfeitas em miniatura.
- São rebentos, crescem no caule de uma couve maior (e por isso em inglês têm o nome de Brussels Sprouts).
- São saborosas, o seu sabor é único.
- São da família das crucíferas e, por isso, são ricas em componentes que as tornam um alimento que ajuda a melhorar a nossa condição e prevenir algumas doenças.
O seu nome, segundo dizem, deve-se a terem sido cultivadas de forma mais intensiva em Bruxelas, Bélgica. Diz-se também que esta é a couve tipicamente europeia.
Apesar de todas as qualidade que referi no início, estas couves estão no Top 10 dos vegetais mais odiados.
Por isso disse no título: é importante não desistir de um alimento na primeira vez que o provamos. Pode ter sido mal confeccionado, pode ser mesmo só uma questão do paladar não estar habituado, pode ter sido uma combinação de sabores no prato que não resulta, …
Aconselho a:
- Insistir mais vezes.
- Cozinhar de formas diferentes.
- Comer menos quantidade, mas não deixar de comer.
- Disfarçar, no início, juntando o alimentos a outros.
- Comer em primeiro o que não se gosta, quando se tem mais fome parece que sabe melhor.
O bom de comer Couves de Bruxelas
A couve-de-bruxelas possui elevadas concentrações de três glucosinolatos: a sinigrina, a glucobrassicina e a gluconapina que, por hidrólise, dão origem aos isotiocianatos e ao índole- 3-carbinol. Estes compostos fitoquímicos têm efeitos inibidores sobre o crescimento de diversos tipos de células cancerígenas, como na leucemia, no cancro da próstata, da mama, do pulmão e do ovário, de acordo com numerosos estudos feitos na área (fontes no final do artigo).
Conte cerca de 6 destas pequenas couves, que são aproximadamente 150 gramas, e pode obter: vitamina B2, B5 e B6, uma quantidade de vitamina C (71 mg), suficiente para atingir o valor estipulado para as necessidades diárias (75 mg para a mulher e 90 mg para o homem), folatos e, os insubstituíveis minerais, potássio, cálcio e magnésio. A quantidade de fibra alimentar presente chega às 6,4 gramas, uma boa dose e, tudo isto, com apenas 65 calorias.
Adoro estas couves simplesmente cozidas, ou feitas com arroz (como se fosse arroz de grelos), mas a forma como eu mais gosto é sem dúvida salteadas com azeite e alho.
Estamos a entrar na Primavera (sim, no calendário Chinês ela tem início no dia 5 de Fevereiro de 2019) e devemos começar a comer de forma a adaptar o nosso corpo à estação que chega. Comer rebentos (como as couves de Bruxelas é, por isso também, uma excelente opção.
Pelo menos uma vez por semana, inclua couves de Bruxelas nas suas refeições. Vai ver que o seu paladar se habitua ao ponto de ser a primeira coisa que desaparece do prato.
Couves de Bruxelas Salteadas
Recipe by Dulce CostaCourse: VegetaisCuisine: Macrobiótica2
pessoasIngredientes
Couves de Bruxelas: 250g
Alho: 2dentes
Azeite: 1 colher de sopa
Vinagre de umeboshi: 1 colher de sobremesa
Sal: uma colher de sobremesa
Água: q.b.
Preparação
- Lave as couves de Bruxelas e, se forem muito grandes, dê-lhes um golpe ou corte-as ao meio.
- Coloque ao lume uma panela com água suficiente para escaldar as couves e com sal.
- Quando estiver a ferver leve metade das couves a cozer durante 2 minutos. Retire, escorra e repita a operação para o resto das couves.
- Enquanto as couves cozem pique o alho miudinho para uma Wok (ou frigideira) e junte o azeite.
- Leve a Wok ao lume e acrescente imediatamente as couves (não deixe o alho queimar nem aquecer demasiado).
- Salteie rapidamente, junte uns pingos de vinagre de ameixa e sirva imediatamente.
- Nota: é importante não deixar as couves cozer demasiado, quer porque perdem nutrientes, quer porque o seu sabor se acentua e aí sim ficam horríveis.
Fontes / Referências
- http://stopcancerportugal.com/2014/02/07/couve-de-bruxelas-europeia/
- http://visao.sapo.pt/visaosaude/2018-11-24-Nao-gosta-de-couve-de-bruxelas–Mas-devia
- de Figueiredo SM, Binda NS, Nogueira-Machado JA, Vieira-Filho SA, Caligiorne RB. The antioxidant properties of organosulfur compounds (sulforaphane). Recent Pat Endocr Metab Immune Drug Discov. 2015;9:24-39.
- Fuentes F, Paredes-Gonzalez X, Kong AT. Dietary Glucosinolates Sulforaphane, Phenethyl Isothiocyanate, Indole-3-Carbinol/3,3′-Diindolylmethane: Anti-Oxidative Stress/Inflammation, Nrf2, Epigenetics/Epigenomics and In Vivo Cancer Chemopreventive Efficacy. Curr Pharmacol Rep. 2015;1:179-96.
- Clarke JD, Dashwood RH, Ho E. Multi-targeted prevention of cancer by sulforaphane. Cancer Lett. 2008;269:291-304.
- Koushik A, Spiegelman D, Albanes D, et al. Intake of fruits and vegetables and risk of pancreatic cancer in a pooled analysis of 14 cohort studies. Am J Epidemiol. 2012;176:373-86.
- https://ndb.nal.usda.gov/ndb/foods/show/301772