Hoje, dia 16 de Outubro, é dia Mundial do Alimentação e do Pão. Para os povos Europeus falar de alimentação sem falar de pão não faz sentido, porque o pão está sempre presente como símbolo de alimento, de sustento, de sobrevivência, de conforto, de nutrição, de sagrado, de ritual, de vida.
Quando falo de pão, refiro-me sempre a pão bom: pão feito com massa mãe (massa azeda, isco, crescente, sourdough, levain, massa madre, …). Pão que levedou ao seu ritmo natural, sem que a massa tenha sido forçada, à custa de uma temperatura elevada e de fermento industrial, a dobrar de volume em 30 minutos e a cozer noutros 30.
Pão feito unicamente com farinha biológica, água e sal. Pão com tempo, pão com sabor, pão que faz bem, pão que mantém as características de um alimento fermentado. Pão amassado à mão, recheado do amor de quem o amassou, cuidou e cozeu.
Pão com glúten, naturalmente presente nos cereais que sempre cultivámos na Europa. Pão de milho de algumas regiões de Portugal, carregado de tradição e que matou a fome a milhões de pessoas em tempos de menos fartura.
Sinto-me ligada a este alimento desde sempre. Sempre quis fazer o meu pão e investi muito tempo até conseguir fazer pão de levedação natural. Estou a escrever sobre pão e não evito sentir o coração cheio e os olhos a transbordar.
Tem sido um privilégio acompanhar as pessoas que vêm aos meus workshops de pão. Como sei a dificuldade que existe até ter todo o processo intuitivo e até sair um “bom pão”, tento dar o máximo de apoio pós-workshop. Sinto um orgulho imenso de cada vez que um aluno publica no Grupo dos Padeiros da Mil Grãos o pão feito por si, uma pizza, grissinos e outras formas de usar massa mãe.
Hoje, dia Mundial da Alimentação e do Pão, tinha mesmo que vir aqui fazer uma Declaração de Amor ao Pão.